RESENHAS



RESENHA


Competências gerenciais: desafio para o enfermeiro

13 de julho de 2015.

Marize Barbosa Silva Aluna do Estágio Probatório no Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial. Enfermeira do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho-UFRJ. E-mail: mbs_coach@yahoo.com.br



O livro Competências gerenciais: desafio para o enfermeiro lançado pela editora Martinari integra uma série de capítulos a respeito das competências gerenciais e de seus paradigmas, disponibilizando os conhecimentos científicos atuais relacionados ao tema.

Desde o feudalismo, num sistema monástico-caritativo até a Enfermagem profissional contemporaneamente conhecida, o enfermeiro está envolvido, não só nos programas curativos e profiláticos, mas também nos processos a cerca de gestão uma vez que os avanços tecnológicos incrementaram suas responsabilidades no âmbito da administração e gerência. É nesse contexto de mudanças de paradigmas que o livro se apresenta, trazendo para o enfermeiro gestor os conhecimentos, habilidades e atitudes a serem desenvolvidas para   garantir e corroborar com os desafios no setor de saúde. Esta obra organizada por Alexandre Pazetto Balsanelli, Liliane Bauer Feldman, Rosa Maria Ruthes e Isabel Cristina Kowal Olm Cunha mostra seus objetivos em cada capítulo e ao final, leva o leitor a reflexão acerca do que foi lido.

A publicação encontra-se organizada em 19 capítulos, assim distribuídos:

Capítulo I – A Questão das Competências e a Gestão em Saúde descreve as mudanças na postura organizacional face às inúmeras transformações vividas na era do conhecimento e na valorização do capital intelectual. Devido à relação oportunidades de crescimento profissional e entregas dos objetivos pré-estabelecidas, a associação entre o olhar crítico e o conceito de competências ficaram mais consonantes. O saber agir responsável que agrega valores econômicos e sociais através de conhecimentos, habilidades e atitudes - doravante  denominado CHA, é relevante ao profissional de saúde contextualizando suas práticas e processos de trabalho aos objetivos da instituição de saúde.

Capítulo II – Ensino/Aprendizagem discute o papel do enfermeiro como instrumento facilitador do processo educativo abarcando a orientação, comunicação, percepção, monitoramento de desempenhos, busca de resultados e emprego da intuição. O autor estabelece vínculos entre as atitudes de incentivar, orientar, motivar, adotar uma prática reflexiva, o aprendizado contínuo crítico e a ação ética. Destaca que ao compartilhar o saber o enfermeiro estará se exercitando continuamente, num processo de mudança, adaptação e sistematização teórico – prática necessária à compreensão e à intervenção na transformação dos processos de trabalho setorial e institucional.

Capítulo III – Gestão de Recursos define as diversas ferramentas disponíveis para a construção de competências desde recursos materiais, financeiros e organizacionais até o capital intelectual, que pode ser mobilizado de outra área para a enfermagem. Nesse capítulo os autores salientam a otimização dos recursos através do CHA, além do comprometimento, responsabilidade, iniciativa, coragem e outros de igual importância que dependem da entrega individual de cada profissional no seu local de trabalho através da visibilidade, reconhecimento e capacidade de dar aplicabilidade a bagagem adquirida. Nas tomadas de decisões das linhas diretivas, sugere-se o uso do “tripé” na direção organizacional, ou seja, contar com os administradores hospitalar, médico e enfermeiro. Na busca da excelência na gestão dos recursos humanos, cabe ao enfermeiro gestor atuar de maneira interpessoal, e não de forma controladora, de modo a permitir que as pessoas possam desempenhar melhor suas atividades ao receberem o feedback de como estão desenvolvendo suas metas.

Capítulo IV - Considerando que a Comunicação é fator fundamental no processo de aprender, compreender, compartilhar e dar continuidade aos fluxos de uma organização, nesse capítulo os autores descrevem os conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para o desenvolvimento da comunicação entre os profissionais de enfermagem, onde o enfermeiro abandona o papel de tradicional transmissor de informações e passa a desempenhar o papel de integrador e gestor. É descrito com clareza as ferramentas que o enfermeiro poderá utilizar para estabelecer a comunicação entre os segmentos hospitalares tais como clareza, concisão, prazos para emissão de comunicados e recebimento de respostas referentes ao mesmo, compartilhamento de ideias para evitar entroncamento na comunicação e contexto. Dessa forma, a comunicação permite a mobilização de conhecimentos necessários para enfrentar novas e já existentes questões nos processos de trabalho, dando ao profissional um acervo maior de recursos para a tomada de decisões no momento e hora certas.

Capítulo V - O Trabalho em equipe é discutido pelos autores quanto aos conhecimentos, habilidades e atitudes que o enfermeiro gestor precisa desenvolver para o exercício dessa competência. Destaca o trabalho em equipe como um grande desafio para o enfermeiro no que tange a responsabilidade de criar um espaço que permita os sujeitos a expressarem suas ideias e potencializá-las frente a cada nova situação. Sendo o enfermeiro líder um facilitador, mediador entre a chefia e os elementos que compõem a equipe ele deve ser imbuído de um espírito inovador, comunicativo, imparcial: que saiba ouvir e ponderar em comunhão com o grupo sem nunca perder o foco que é o bem estar do cliente e as metas institucionais.

Capítulo VI – Gestão integrada de processos descreve processo como o conjunto de atividades ligadas que tomam um insumo (input) e o transformam para a criação de um resultado (output), sendo este em razão do cliente à luz dos valores da organização, que num sentido amplo é tão efetiva quanto os seus processos.  Os conhecimentos, habilidades e atitudes que o enfermeiro gestor deverá deter para alcançar os objetivos institucionais. A visão do ambiente financeiro organizacional é relevante na implementação dos procedimentos assistenciais responsáveis pelo impacto nas finanças hospitalares.

Capítulo VII – Tomada de decisão definem como a escolha de uma determinada linha de ação com foco na análise de uma situação difícil. Apresenta a proposta de modelos para a solução de problemas organizacionais. Salienta atitudes requeridas do enfermeiro para que a tomada de decisão não seja uma adversidade e sim uma forma de encontrar novas soluções para problemas rotineiros.

Capítulo VIII – Flexibilidade é abordada pelos autores a partir das mudanças que no mundo organizacional e no capital humano e na sua necessidade de adaptação com o meio. Destacam essa competência como uma das características mais importantes nos gestores, pois representam a capacidade de manter uma conduta sã em ambientes insanos, ou seja, embora diante de adversidades esse indivíduo tenha a capacidade de se sobrepor e de se construir positivamente; construir o bom senso.

Capítulo IX – Nesse capítulo os autores abordam a Criatividade, onde se destaca o perfil do enfermeiro criativo como irrequieto curioso, investigador que pensa , elabora propostas diferentes; testa alternativas de solução para problemas novos ou pré-concebidos. Segundo os autores é a criatividade que potencializa a inteligência através da elaboração de maneiras de pensar inovadoras.

A criatividade como competência, no que tange a obtenção de resultados, exige uma mente livre para intuir, muito além do uso do raciocínio lógico. Quando a intuição sobrepõe a lógica o indivíduo obtém uma gama de ideias maior, entre as quais poderá optar, ou seja, através do brainstorming é possível perpassar de quantidade para a qualidade, já que a criação de várias respostas para uma dada pergunta pode conceber uma grande resposta que venha a atender exatamente as necessidades organizacionais. Contudo, existem cinco afirmativas impeditivas desse processo acontecer: “não é possível”, “não pode”, “não vai dar certo”, “não faz sentido”, “isso é bobagem”. Assim, o enfermeiro gestor precisa dar abertura a criatividade e manter suas inquietações referentes as processos de trabalho e nas metas da instituição.

Capítulo X – Foco no cliente. Aqui se aborda a relação enfermagem-doente, direitos do paciente no dia-a-dia dentro da cultura organizacional de cada instituição de saúde. É fato que com as tecnologias de informação e a globalização o cliente deixou de ser desinformado e passou a ter direito a livre escolha que vai da instituição onde deseja se tratar até o profissional com quem deseja se relacionar, estabelecendo um nível de competitividade no eixo assistencial de saúde para as melhores práticas e melhor atendimento ao cliente. Salienta que os pontos de equilíbrio da instituição tais como a porta de entrada, recepção, telefonia, serviços administrativos, setores de internação, serviços de apoio e os serviços essenciais, enfermagem e médicos têm a necessidade de um processo de educação e conscientização contínuo e proativo com o cliente. Falhas advindas dos pontos de equilíbrio podem privar a instituição da chance de solucionar a questão antes dela se transformar em pendência nos órgãos de defesa do consumidor. O serviço de ouvidoria é responsável pela desburocratização das questões com os clientes, bem como por utilizar essas queixas como ferramentas estratégicas junto aos gestores para conhecer e corrigir falhas nos serviços de saúde, onde errar não é admitido.

Partindo desse pressuposto, o CHA necessário para um bom desempenho com foco no cliente é capacidade de alinhar os objetivos organizacionais com a necessidade do paciente.

Capítulo XI - Aquisição do conhecimento tem seu marco inicial na década de 90, conforme narrado nesse capítulo. Os autores apresentam dois tipos do conhecimento humano: tácito, que envolve fatores intangíveis como crenças pessoais, perspectivas, insight, emoções e habilidades, que incorporados à experiência individual constituem fonte importante de competitividade entre as organizações; explícito, que pode ser articulado na linguagem formal, nas afirmações gramaticais, expressões matemáticas, manuais etc., sendo de fácil transmissão sistematização e comunicação.

Descrito como um processo corporativo, focado na estratégia organizacional e que envolve gestão das competências, do capital intelectual, aprendizagem e inteligência organizacional, além da educação corporativa, o processo de aquisição do conhecimento vincula a aprendizagem às necessidades estratégicas das organizações. Salienta que a reestruturação da aquisição do conhecimento corrobora com o melhor desempenho nas diversas ações do enfermeiro.

Capítulo XII – Compromisso é a competência inicial para o desenvolvimento das demais. Atitudes corajosas, conscientes e decididas são características de pessoas verdadeiramente comprometidas, como definem os autores nesse capítulo.

Explica que a enfermagem deve apresentar o compromisso com as demandas sociais e com as possibilidades de impactos transformadores sobre possíveis demandas institucionais. Descreve compromisso institucional, compromisso com o cliente e compromisso com a profissão como as esferas do compromisso da enfermagem.

Aponta “compromisso” como uma das principais competências do enfermeiro, que é a capacidade de atuar segundo as diretrizes institucionais assegurando a qualidade da assistência.

Capítulo XIII – Empreendedorismo, segundo os autores, é saber lidar com o inédito e também buscar continuamente novas oportunidades de negócios tendo como foco a inovação e a criação de valor. Para o enfermeiro essa competência deve ser desenvolvida e executada diariamente, norteado pelo conhecimento, habilidade e atitude. Ressalta que o enfermeiro em aprendizado constante e progressivo necessita estar disposto e receptivo às mudanças, a adquirir novas habilidades e ter atitudes que promovam o empreendedorismo.

Capítulo XIV – Liderança Nesse capítulo os autores analisam a realidade vivenciada por cada escola e suas diferentes abordagens, num contexto geral.
Define-se como um processo cujo desenvolvimento integra conhecimentos, habilidades e atitudes passíveis de serem aprendidos e incorporados, constituindo-se como condição essencial para o exercício do enfermeiro que é capaz de exercer influência sobre um grupo ou um indivíduo em uma determinada situação, nos esforços para consecução de objetivos comuns.
Como senso comum entre diversos autores, a promoção das experiências exitosas, a proximidade com pessoas que sirvam como fonte de orientação e o direcionamento dos esforços educacionais são estratégias que podem aumentar o número de enfermeiros líderes bem sucedida no futuro.
Num cenário competitivo e globalizado, onde criatividade, concentração, adaptabilidade, raciocínio ágil entre outros se destacam o enfermeiro precisar se embasar cientificamente e participar ativamente da construção da ciência da enfermagem, permitindo gerações futuras optarem por modelos de liderança eficazes na gerência de equipes.

Capítulo XV – Os autores definem negociação como um processo simples, composto por duas partes. Apresentam algumas etapas estratégicas a serem cumpridas durante uma negociação e gerenciamento de conflitos durante o acordo: planejamento, quebra de gelo, exploração, confronto, avaliação. Nos processos conflituosos entra em julgo as diferenças de personalidade, bagagem pessoal, e profissional, valores, metas individuais, formas de comunicação entre outros.
Demonstra pontos que auxiliam na clareza da negociação, como por exemplo, separar pessoa de problema; concentrar-se nos interesses comuns de ambas as partes; buscar alternativas de ganhos mútuos; encontrar critérios justos e objetivos para a solução do problema de forma a satisfazer ao máximo os lados envolvidos. Cada negociação abarca uma variável e cabe ao enfermeiro identificar o estilo mais apropriado de postura a adotar, com a finalidade de obter seu melhor resultado: estilo restrito-duro; ardiloso; amigável ou confrontador. Aqui descrevem estratégias para o alcance de melhores resultados: conhecer o assunto; ter visão orçamentária; conhecer o perfil do cliente / negociador; manter-se atualizado quanto a habilidade da comunicação verbal, não verbal, escrita, audiovisual, multimídia entre outros. É fato que sem comunicação não há negociação. Os autores sugerem que o exercício de negociação seja sempre estimulado e exercitado pelo gestor e que ele busque respostas e apoios necessários para prosseguir numa negociação exitosa; que os enfermeiros gestores, sempre que tiverem a oportunidade averiguem as estratégias e o método aplicado para quando necessário corrigi-los.

Capítulo XVI – Visão estratégica descreve estratégia como a arte de utilizar adequadamente os recursos físicos, financeiros, e humanos com vistas à redução de problemas e a maximização das oportunidades. Atualmente o enfermeiro desenvolve as atividades gerenciais: Coordenador, gestor, líder entre outras denominações. Aponta para uma mudança necessária e urgente no perfil do enfermeiro que ainda é o de “apagar incêndios”, sem voz ou tempo para colocar em prática algo novo. Cabe o gerente organizacional designar um tempo para ouvir o capital humano, nesse caso, o enfermeiro. Salienta que o gerente é um educador e como tal, precisa treinar a análise crítica; transformar percepções e observações em soluções de problemas e gerar e oportunidades. Aborda os principais conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para o desenvolvimento da visão estratégica. Explica a importância do reconhecimento da realidade organizacional por parte do enfermeiro gestor; clientes, missão, pontos fortes e deficientes nos serviços prestados e, a essa realidade organizacional, unir a missão e os objetivos da Enfermagem. Mostra a importância da inquietação diante dos fatos e se pergunta “como poderei fazer isso melhor?” exercitar a mente poderá ser um bom começo. A partir daí colocar ideias e ouvir o capital intelectual pode ser o diferencial da empresa.

Capítulo XVII – Tendências e perspectivas na gestão de Enfermagem. Explica a relação entre os Recursos Humanos e a tendência geral na enfermagem. Aponta à trajetória as tendências de gerencia contemporâneas retratadas em 60% dos artigos publicados trazendo a reflexão de que se na área de produção científico-acadêmica e na área de prática assistencial e gerencial a década de 90 foi produtiva para enfermagem, na área dos saberes e fazeres específicos a produção mostrou se insuficiente. Destaca a necessidade de preparação pedagógica dos docentes para uma atuação mais efetiva com vistas ao conjunto de saberes e fazeres como fator determinante na consolidação desejada da identidade do profissional enfermeiro. Apresentam as tendências na administração contemporânea com ênfase no capital humano, inovação e a criatividade operacional aplicada à enfermagem, que significa adotar novas maneiras de atender um cliente, realizar procedimentos, preencher prontuários ou qualquer outra atividade em prol da redução de erros e custos e do aumento de produtividade.

Capítulo XVIII – Planejamento e organização. Nesse capítulo os autores apresentam o planejamento segundo o tempo, que pode ser curto prazo, intermediário e longo prazo, que compreende um período maior ou igual a cinco anos. Para o enfermeiro gestor o planejamento e a organização funcionam como ferramentas norteadoras para suas ações, formulações de estratégias e a determinação de prazos, a fim de alcançar objetivos e metas pré-estabelecidos, devido a complexidade e a demanda das atividades que realiza no seu contexto de trabalho. O desenvolvimento das competências, o planejamento e a organização estão ligados ao envolvimento do enfermeiro em todas as questões gerenciais da instituição. Na execução das suas atividades diárias os enfermeiros utilizam o planejamento e a organização na operacionalização das ações propostas em função da manutenção da qualidade.

Capítulo XIX – As competências dos enfermeiros e a gestão do conhecimento. Para os autores conhecimento define saberes teóricos necessários a compreensão de fenômeno “cuidado”, do seu objeto, de situações específicas e únicas, dos produtos e equipamentos em uso, dos procedimentos, protocolos e outros elementos baseados em evidência e atualizados, visando melhoria na atenção ao ser humano. Habilidade ou saber fazer define a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE implementado por meio de procedimentos e protocolos validados para as boas práticas. Atitudes ou saber ser apresenta o comportamento individual e em grupos proativos, flexíveis e habilidosos em termos de relações interpessoais desenvolvidas no cenário profissional, fundamentados nos princípios da bioética. Apresenta os seis componentes básicos do conhecimento:
·         Experiência – tudo aquilo que o enfermeiro absorve em cursos, livros, vivências.
·         Verdade fundamental - o que é importante em procedimento ou fato consumado.
·         Complexidade - saber identificar o que não se sabe.
·         Discernimento - fator condicionante de desenvolvimento do conhecimento.
·         Normas práticas e intuição - padrões de conhecimento pré-existentes a partir do vivenciado que favorecem a tomada de decisão; normas, rotinas e procedimentos escritos que se acreditava serem a garantia de “um bom cuidado” a intuição é apontada como contribuição relevante por representar a interpretação incondicional de ações e processos.
·       Valores e crenças da organização – caracterizam a história da instituição definindo sua cultura organizacional.
Assim, competências habilidades e atitudes específicas do enfermeiro utilizadas de forma criativa e adaptados a realidade institucional num amplo contexto transdisciplinar contribuirão para a definição das diretrizes do desenvolvimento dos processos de gestão do conhecimento institucional

                                                       Análise Crítica
A obra é composta de referências Nacionais e Internacionais e é de grande relevância para o ambiente gerencial da enfermagem. É apresentada de forma simplificada, de fácil e esclarecedora leitura, apresentando a cada capítulo um esquema composto de competências profissionais e organizacionais necessárias à pratica do enfermeiro; pontos para a aprendizagem; estrutura dos tópicos; tabelas e figuras, complementares aos textos, além de  considerações finais.
De fato, a leitura da obra é de relevância para profissionais enfermeiros e da área de saúde, cujo objetivo seja executar e se familiarizar com as práticas gerenciais em enfermagem. Trata-se de um trabalho que motiva e inspira a elaboração de pesquisas científicas com vistas à manutenção e melhoria das competências gerenciais de enfermagem corroborando na consolidação da abordagem da gestão do capital humano articulada às práticas assistenciais.

REFERÊNCIA

Balsanelli A P, Cunha ICKO, Feldman L B, Ruthes R M. Competências Gerenciais: desafio para o enfermeiro. São Paulo: Martinari; 2011. 207p






RESENHA



06 abr 2015

Carla Moema Fontoura Abissulo. Enfermeira, Especialista em Controle de Infecção em Assistência à Saúde, Aluna do Programa de Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ – Brasil;
e-mail: carla_moema16@hotmail.com, rua Dr. Celestino, nº 74

Zenith Rosa Silvino. Enfermeira, Doutora em Enfermagem, Professora Titular do Departamento de Fundamentos de Enfermagem e Administração da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa-UFF; 

Bárbara Pompeu Christovam. Enfermeira, Professora Doutora em Enfermagem, Professora Adjunta do Departamento de Fundamentos de Enfermagem e Administração da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa-UFF. 

_______________________________________________________________

O artigo extraído da dissertação “Avaliação de uma tecnologia assistiva sobre amamentação para pessoas cegas”, foi elaborado por uma enfermeira, Mestre em Enfermagem, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará e uma enfermeira Doutora em Enfermagem, Professora Titular do departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará com o objetivo de descrever o processo de avaliação da tecnologia educativa em saúde sobre amamentação no formato Literatura de Cordel.

Trata-se de um artigo no qual as autoras avaliaram tecnologia educativa sobre amamentação na modalidade Literatura de Cordel, escolhida pelas vantagens de atrair o público pela rima, aguçar o interesse e a capacidade de se construir em instrumento de educação em saúde. Contempla a Literatura de Cordel na temática Aleitamento Materno.

O ponto de partida desse estudo é a escassez de pesquisas sobre educação em saúde como contribuição para incentivar a amamentação. É nesta demarcação que as autoras buscam desenvolver mais trabalhos na área, ressaltando o valor do incentivo e da orientação pelos enfermeiros na interrupção do processo do desmame precoce motivado pela falta de conhecimento das mães sobre Aleitamento Materno.

Por serem formas importantes de educação em saúde, os cordéis podem contribuir para elevar a prática da amamentação.

As autoras concluíram que avaliar tecnologias educativas para disponibilização é uma forma de favorecer a redução de possíveis fatores considerados como obstáculos para o Aleitamento Materno, desta forma, melhorando a qualidade de vida das famílias.

No estudo são discutidas as avaliações feitas pelos juízes de conteúdo e pelos juízes cordelistas sobre o material educativo. No julgamento de conteúdo foram propostas sugestões com a finalidade de tornar mais fácil seu entendimento. Ao se elaborar um material educativo, torna-se necessária a utilização de linguagem clara e objetiva para promover a compreensão pelo público alvo. Na avaliação dos juízes cordelistas foram sugeridos ajustes às regras da Literatura de Cordel, rima e métrica. O cordel pode ser apresentado em forma escrita e cantarolada.

A metodologia obedeceu a critérios estabelecidos pelo Modelo da Psicometria para a construção de instrumentos de medida de fenômenos subjetivos. Foi utilizado o modelo adaptado de elaboração e avaliação da tecnologia educativa.

O artigo descreve os procedimentos teóricos na elaboração de tecnologia assistiva.

O referencial teórico adotado neste estudo é o Modelo da Psicometria que envolve a construção de testes psicológicos baseados em três grandes pólos: teórico, empírico e analítico.

A escolha da utilização da Literatura de Cordel como tecnologia educativa para a promoção da saúde com foco no Aleitamento Materno é relevante para o sucesso da amamentação e para o público-alvo do estudo, visto que o cordel faz parte da cultura Nordestina.

As ideias são originais, pois o cordel, por ser escrito em versos com linguagem regional, facilita a compreensão da mensagem. O cordel possibilita, além da leitura individual, a leitura em grupos, uma vez que pode ser lido em voz alta ou cantarolado, alcançando também público portador de deficiência visual.

A leitura é indicada para profissionais da área de saúde e áreas afins, constituindo um importante instrumento para a promoção da saúde. 

REFERÊNCIA 

Oliveira PMP, Pagliuca LMF. Avaliação de tecnologia educativa na modalidade literatura de cordel sobre amamentação. Rev Esc Enferm USP [online]. 2013, 47(1):205-12 [Cited 2014 Oct 10].


Nenhum comentário:

Postar um comentário